terça-feira, 17 de junho de 2008

Dois mundos, os mesmos mentirosos e usurpadores da democracia.

Desdobra-se ainda a velha Europa em convulsões tetânicas após a injecção do voto irlandês.

Pelo planeta fora, querem-se comprar vontades a dinheiro, subornar dirigentes e países, como no caso do Irão, em que com algumas missangas se pretende que o país abandone a via do nuclear. Quase adjacente, a aberração judaica acumulou duzentas ogivas atómicas sem que ninguém vocifere.

É esta a ignomínia, a mentira, a perfídia urdida pelos novos tiranetes em nome de uma tal 'comunidade internacional'.
Os mesmos tiranos travestidos de democratas, que hoje, nesta velha Europa, são afinal os usurpadores máximos dessa democracia.

Votação popular ou referendo para a introdução do euro, onde está? Alguém nos perguntou se além do BI queríamos ter um nº de contribuite? E para a imposição do IVA alguém foi tido ou achado? Ou para o ISP, o imposto sobre produtos petrolíferos? Ou agora, para a aceitação do Tratado de Lisboa?

Não! Só os irlandeses, por imposição constitucional bem expressa. E qual foi a resposta?
- Não!

Seria certamente essa a mesma resposta em mais países.
Com medo dela, e a bem da integração, não se pergunta. É assim a nova democracia dos novos tiranos. Os mesmos que fazem deslizar o debate do que devia ser o tema fulcral - o referendo, e a consulta popular - para a necessidade de uma integração à força, fazendo batota com as regras do próprio jogo que criaram.

Mentira por mentira, chuta-se para a frente, fuga para a frente, que a populaça é para isso mesmo, para se ludibriar. Viva a propaganda e a mentira!

Exemplos? Dois. Um, a nível nacional. As ameaças internas armadas. Neste país, onde se reprime e prende um dirigente da extrema direita, porque o homem tinha umas armas em casa ou havia proferido algumas atoardas racistas, deixa-se andar à solta, e tem-se medo de interpelar, multidões ciganas, essas sim, com dezenas de milhar de armas, da navalha à pistola, do revólver à caçadeira ou carabina, e envolvidas em grande percentagem de actos criminosos.
A nível externo, refira-se mais uma vez Israel. Quando se faz força para acabar este 'apartheid'?

Aliás, pior que o apartheid, segundo creio. Pois senão, vejamos: o que diria o mundo se os boers, além das leis aberrantes que impuseram, tivessem eles feito o mesmo que os judeus, e expulso os africanos para as terras agrestes e desérticas do Sudoeste Africano, ficando eles, e apenas eles, com o fértil e rico solo da África do Sul? Mas Israel prossegue nessa aberração maior, nesse roubo histórico de terra, com a aprovação da comunidade internacional, ao mesmo tempo que se dotou de armas de destruição maciça.


A democracia e a verdade, são, pois, só para alguns, para o poder e os seus sabujos de todos os dias. E se há estas minorias protegidas, como em Portugal o lobo ibérico, o lince da malcata ou o cigano encardido, espécies nem sempre em vias de extinção, também há as minorias dominantes, aquelas a quem os nossos desgovernantes prestam vassalagem.

Em Portugal, neste cantinho não bafejado por referendos para o Tratado de Lisboa, há agora mais um par de bafejados para os clubes elitistas dos novos e rabínicos senhores do mundo. Bafejados pela excelsa sorte de serem convidados para a reunião de reflexão anual do Clube de Bilderberg. Balsemão tem lá estado há anos, bem como António Barreto, Braga Macedo, José Sócrates (2004)... (*) - Quem foi agora? Rui Rio, edil do Porto. E António Costa, presidente do município de Lisboa.

Ah! Falta falar no frete. É que para isto há sempre um frete, para se ser convidado para um dos mais elitistas e poderosos clubes de decisão da judiaria internacional. António Costa, por exemplo, em Abril último inaugurou um monumento no largo de S. Domingos em Lisboa. Um calhau à 'tolerância', relembrando a memória de cinco mil judeus que em 1506 foram mortos pela populaça de Lisboa. É sempre assim, a mesma populaça serve para tudo. Para matar. Para comemorar. Para ficar calma. Para votar. Ou para não votar, não referendar. Comer e calar.



Paulo Oliveira

(*) Lista não exaustiva das presenças portuguesas no Clube de Bilderberg: António Barreto - 1992, António Borges - 1997, 2002, António Guterres - 1994, 2005, António Vitorino - 1996, 2004, Artur Santos Silva - 1999, Carlos Monjardino - 1991, Carlos Pimenta - 1991, Eduardo Marçal Grilo - 1999, Eduardo Ferro Rodrigues - 2003, Elisa Ferreira - 2002, Fernando Faria de Oliveira - 1993, Francisco Lucas Pires - 1988, Francisco Murteira Nabo - 1999, Francisco Pinto Balsemão - 1988, 1989, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, Guilherme d'Oliveira Martins - 2001, João Cravinho - 1999, Joaquim Ferreira do Amaral - 1999, Jorge Sampaio - 1999, José Cutileiro - 1995, José Durão Barroso - 1994, 2003, 2005, José Galvão Teles - 1997, José Sócrates - 2004, Luís Mira Amaral - 1995, Marcelo Rebelo de Sousa - 1998, Margarida Marante - 1996, Maria Carrilho - 1995, Miguel Horta e Costa - 1998, Miguel Veiga - 1994, Nicolau Santos - 1999, Nuno Brederode Santos - 1993, Nuno Morais Sarmento - 2005, Pedro Santana Lopes - 2004, Ricardo Espírito Santo Salgado - 1997, 1999, Roberto Carneiro - 1992, Teresa Patrício Gouveia - 2000, Vasco de Mello - 1999, Vasco Graça Moura - 2001, Vasco Pereira Coutinho - 1998, Vítor Constâncio - 1988

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Embora este texto não seja da minha autoria, concordo com o seu teor.

VD

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Não acredito no poder das bruxas, mas que ele existe, existe!

A 6 de Maio de 2005, seis dias antes de o novo governo socialista tomar posse, Abel Pinheiro, o homem das finanças do CDS-PP, pegou no telemóvel e ligou ao social-democrata Rui Gomes da Silva, o “maçon adormecido” que acabara de deixar o cargo de ministro dos assuntos parlamentares. em plena investigação do processo Portucale (um caso de alegado tráfico de influencias para aprovação de um projecto imobiliário do Grupo Espírito Santo), a conversa passou pela maçonaria e pelo seu poder. Abel Pinheiro e Gomes da Silva concordavam que os maçons estavam sob fogo cerrado de José Sócrates. O futuro primeiro – ministro era acusado de afrontar a irmandade do Grande Oriente Lusitano (GOL) ao não escolher nenhum maçon para o governo.

Abel Pinheiro e Rui Gomes da Silva defendiam que as nomeações para ministro teriam de respeitar uma espécie de quota maçónica e estavam indignados por Sócrates não seguir o jogo de bastidores, afastando a maçonaria (e também o Opus Dei) dos lugares de decisão política.
Também diziam que a ausência de apoio maçónico iria deixar vulnerável o futuro governo.

Os dois homens falaram dos nomes de muitos dos socialistas preteridos, como José Lello ou Vitalino Canas e comentaram os futuros ministros de Sócrates – a maior parte de forma pouco abonatória . Além disso, segundo Abel Pinheiro, o "irmão" Jorge Coelho, com quem disse ter falado por causa de vários assuntos pendentes do governo PSD / CDS (que não especifica), andaria de cabeça perdida com as escolhas. Mas já teria garantido que iria impedir que António José Seguro chegasse a líder parlamentar do PS. Questionando pela Sábado, Jorge Coelho assegura que nunca fez favores maçónicos ou não, a Abel Pinheiro relacionado com negócios aprovados pelo Governo PSD / CDS “ele nunca me pediu nada, nem em 2005 nem noutra ocasião qualquer”, diz. Quanto ás varias citações que Abel Pinheiro lhe atribui nas escutas telefónicas, Coelho não tem duvidas: “ele fala do que sabe e do que não sabe”.

A loja maçónica de Abel Pinheiro, a convergência, sempre foi vista como uma das mais poderosas dentro do GOL. Antes das batalhas internas e da cisão, ocorrida em Julho de 2006, a Convergência chegou a juntar figuras ligadas ao PS, como o Presidente do Tribunal Constitucional, Nunes de Almeida, António Vitorino, Vitalino Canas, Rui Pereira e José Nuno Martins. O próprio Abel Pinheiro, que juntamente com Rui Pereira saiu para fundar a loja Luis Nunes de Almeida (em homenagem ao antigo venerável falecido em Setembro de 2004), chegou a referir nas escutas telefónicas que, durante os governos de António Guterres a Convergência era conhecida como O Gabinete.

A Sábado não conseguiu apurar quais os outros membros que passaram pela Convergência, mas governos de Guterres contaram com muitos maçons do GOL, como os ministros João Cravinho e Jorge Coelho e os secretários de estado Rui Pereira, Fausto Correia, Rui Cunha, Ricardo Sá Fernandes, Carlos Zorrinho, José Miguel Boquinhas e Leonor Coutinho (maçonaria feminina).

Uma das referências ao Gabinete aparece na conversa que Abel Pinheiro teve, a 3 de Março de 2005, com o advogado Corrêa Mendes, do escritório Júlio Corrêa Mendes e Associados. O advogado, que tinha apresentado o atestado de quite (documento que solicita a saída), queria regressar ao GOL e precisava dos bons ofícios do amigo. Este prometeu-lhe apressar o reingresso.

Nas escutas telefónicas gravadas no processo Portucale são muitas as referencias á maçonaria, com Abel Pinheiro a citar os”irmãos”Bueno Matos (na altura assessor de imprensa do tribunal Constitucional) ou Jorge Sá , professor universitário especialista em sondagens.

Abel Pinheiro tinha, de resto, ideias muito definidas sobre o que julgava ser o poder da maçonaria em Portugal. Isso constata-se noutra conversa telefónica, em Maio de 2005, com o "irmão" Rui Pereira, actual ministro da Administração Interna. Durante a discussão sobre as eleições para grão – mestre do GOL, a mais importante corrente maçónica portuguesa, que iriam realizar-se no mês seguinte, Abel Pinheiro não hesitou em criticar a acção do grão – mestre cessante, António Arnaut.

Defendia que Arnaut um ex- ministro da saúde PS, estava sedento de honrarias publicas para o GOL (aspecto que Rui Pereira via também como protagonismo saloio) quando tinha era de recusar as condecorações, porque o GOL é que devia conferir, na sombra, dignidades e honrarias. De resto, dizia, era isso que sempre tinha acontecido ao longo tempos , uma vez que pelo GOL já haviam passado centenas de políticos, vários primeiros – ministros e Presidentes da Republica.

Mas Abel Pinheiro e Rui Pereira achavam que Arnaut estava velho para a tarefa de restituir ao GOL a força de outros tempos.

Para os dois, o novo homem era outro socialista, o ex- deputado do PS e professor universitário António Reis. Era nele que iriam votar (Reis foi eleito grão-mestre) apesar de pertencerem á loja onde era venerável outro candidato, o arquitecto Luis Conceição. Mas os dois viam com desdém a candidatura de Conceição e até combinaram que iriam exercer pressões para que não avançasse. Uma das razões para a oposição à candidatura passava por um alegado favor que o candidato a grão – mestre teria pedido a Abel Pinheiro – seria um aumento de mil euros mensais que Luis Conceição (arquitecto na Câmara de Lisboa com quem a Sábado não consegui falar até ao fecho da edição) queria para resolver problemas pessoais. No entender de Abel Pinheiro , alguém que precisava desse montante para viver não teria nível para dirigir a maçonaria.


Quando a CIA calculou a morte do Papa

As escutas do processo Portucale referem o almoço do 49º aniversário de Rui Pereira, actual ministro da Administração Interna. A 25 de Março de 2005, Abel Pinheiro relatou o almoço a Paulo Portas, dizendo que Pereira que fora director do SIS, tinha reunido a nata dos serviços secretos. E que tinha ouvido que CIA os informara de que João Paulo II morreria na semana seguinte. O Papa faleceu a 2 de Abril. Rui Pereira nega tudo á Sábado

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Como se pode ver os portugueses são governados por “jogadas dos bastidores”, influencias que nada teem haver com governação, por grupos com “agendas” desconhecidas etc, etc , etc. como é possível um país andar para a frente quando quem nos governa esta ao serviço de grupos duvidosos? O que me admira, e no fundo gostaria de ver esclarecido , é facto de um governo fica ou poderá ficar “vulnerável” com “a ausência de apoio maçónico”, penso que um dia os portugueses iram saber dessas vulnerabilidades quando este “sistema” cair , seja por revolta dos portugueses seja pela sua ociosa decadência .

VD




segunda-feira, 26 de maio de 2008

O que fazem os nosso políticos quando deixam o cargo?

Fernando Nogueira
Antes -Ministro da Presidência, Justiça e Defesa
Agora - Presidente do BCP Angola

José de Oliveira e Costa
Antes -Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais
Agora -Presidente do Banco Português de Negócios (BPN)

Rui Machete
Antes - Ministro dos Assuntos Sociais
Agora - Presidente do Conselho Superior do BPN; Presidente do Conselho Executivo da FLAD

Armando Vara
Antes - Ministro adjunto do Primeiro Ministro
Agora - Vice-Presidente do BCP

Paulo Teixeira Pinto
Antes - Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros
Agora - Presidente do BCP (Ex. - Depois de 3 anos de "trabalho", Saiu com 10 milhões de indemnização !!! e mais 35.000€ x 15 meses por ano até morrer...)

António Vitorino
Antes -Ministro da Presidência e da Defesa
Agora -Vice-Presidente da PT Internacional; Presidente da Assembleia Geral do Santander Totta - (e ainda umas "patacas" como comentador RTP)

Celeste Cardona
Antes - Ministra da Justiça
Agora - Vogal do CA da CGD

José Silveira Godinho
Antes - Secretário de Estado das Finanças
Agora - Administrador do BES

João de Deus Pinheiro
Antes - Ministro da Educação e Negócios Estrangeiros
Agora - Vogal do CA do Banco Privado Português.

Elias da Costa
Antes - Secretário de Estado da Construção e Habitação -
Agora - Conselho de Administração do BES

Ferreira do Amaral
Antes - Ministro das Obras Públicas (que entregou todas as pontes a jusante de Vila Franca de Xira à Lusoponte)
Agora - Presidente da Lusoponte, com quem se tem de renegociar o contrato.

Como se pode ver estes senhores fazem o que sabem fazer melhor.... adivinhem!!! Politica igual a centro de emprego... atenção só para amigos!!!

VD

Continua a não haver gangs!!!

CRIME JUNTA DEZ MIL JOVENS

O número de membros de ‘gangs’ em Portugal ultrapassou em 2001 a barreira dos dez mil indivíduos, confirmando-se a regra de crescimento dominante nos últimos anos. A conclusão, publicada em livro este ano, resulta de uma análise efectuada por José Barra da Costa, investigador e docente universitário, aos dados relativos ao ano passado recolhidos junto da PSP, da GNR e da PJ.

A palavra ‘gang’, que entrou no dia-a-dia de muitos portugueses com a vaga de assaltos na CREL, no Verão de 2000, regressou em força nas últimas semanas com a perseguição e morte de um traficante, Celé, e a detenção de um grupo da Margem Sul responsável pelo roubo de 18 caçadeiras num armeiro de Santiago do Cacém. “O pior ainda pode estar para vir”, alerta Barra da Costa.

De acordo com a recolha de dados do investigador, o número de indivíduos pertencentes a ‘gangs’ mais do que duplicou nos últimos quatro anos. “Em 1998 estes grupos reuniam 4 691 membros contra 10 655 em 2001. Pecar, só se for por defeito, porque em alguns casos os miúdos são menores e nem são abertos os processos-crime”, diz, recusando casos de duplicação: “São muito raros”. Em 1999, o número era de 6 306 e em 2000 subiu para 8 900. “O futuro pode ser de crescimento exponencial”, avisa o investigador.

Não só em número mas também em género. “Actualmente, as raparigas ligam-se aos ‘gangs’ para estarem perto do chefe, mas em breve poderemos começar a ver ‘gangs’ apenas de raparigas. Ainda não há, mas é provável”, diz Barra da Costa.
Mais reservado, o investigador João Sebastião, do ISCTE, lembra que os ‘gangs’ já existem há muito tempo e que “é impossível afirmar o que pode acontecer no futuro”. “Há vinte anos, dizia-se que a criminalidade derivava da extrema pobreza. Mas ela acabou e o crime continua”, refere.

No entanto, os dois investigadores concordam quanto às origens do problema. “A verdade é que para um conjunto de crianças o bairro é a única alternativa de integração e socialização, porque tudo o resto falha”, explica João Sebastião.

MUNDO NO BAIRRIO

“Sem emprego para os pais, não podemos esperar bons resultados para os filhos”, sentencia, por seu lado, o docente universitário Barra da Costa.
“O miúdo percebe desde cedo que o pai não tem emprego e não vai passar férias ao Algarve, que ele próprio nem férias vai ter. Mas vê as férias dos outros na televisão e nos jornais. Ou seja, ainda não fez mal a ninguém e já está a pagar por isso.”

Com o mundo resumido ao bairro, é natural que os modelos sejam locais. “O objectivo de grande parte desses jovens será igualar ou ser melhor do que o melhor do bairro”, adianta Barra da Costa. “Ele vai querer ser o melhor no seu campo e vai subir tanto mais quanto melhor for no tráfico ou no furto. E este caminho, de violência, é o de muitos miúdos todos os dias”.

O percurso de Osvaldo Vaz, o Celé, traficante morto há duas semanas por elementos do Grupo de Operações Especiais da PSP, foi semelhante. Considerado “muito violento”, o indivíduo de 27 anos começou com furtos, assaltos à mão armada e depressa passou para as cobranças difíceis a dívidas resultantes do tráfico de droga. Culminou com o homicídio de um polícia na Holanda e... com a sua morte às mãos da Políca.

No dia 28 de Outubro, um grupo de indivíduos da Margem Sul roubou 18 caçadeira de um armeiro em Santiago do Cacém. “O primeiro passo neste tipo de situação é serrar os canos... Depois é distribuir, vender ou usar”, diz Barra da Costa. No caso, foram distribuídas e usadas em assaltos a bombas de gasolina. Três numa noite e uma quarta que falhou. Foram detidos quinta-feira.

A acção fez lembrar os ‘raides’ do Bando da CREL no Verão de 2000. As motivações são semelhantes: conseguir dinheiro fácil e estatuto no seio do grupo. O resultado também pode ser semelhante. Prisão. “O problema é que quem entra no gang, já não sai”, afirma o investigador Barra da Costa.

DOIS JOVENS À PROCURA DE FUTURO NUM BAIRRO PERIFÉRICO

O bairro é na periferia de Lisboa e pode ser qualquer um. O carro que desce devagar as ruas mal iluminadas pode ser qualquer um, desde que tenha a música no máximo. A conversa sobre os ‘gangs’ será fora do bairro, numa noite de muita chuva, com dois jovens à procura de um futuro num presente de violência. Os bons, os maus e os mais ou menos convivem diariamente nas ruas estreitas, fazendo escolhas a cada momento e em cada esquina.

No local combinado, Ronaldo, nome fictício escolhido pelo próprio, 17 anos, chapéu de pala na cabeça, parece indiferente ao mau tempo, olhar fugidio, sempre à procura de algo que o descanse. As perguntas incomodam e as respostas, por muito que garanta, parecem sempre incompletas. “Os meus amigos estão sempre a dizer-me para ir com eles fazer isto e aquilo”. Isto e aquilo são assaltos. “Mas eu nunca fui”.

"Estudei até ao sétimo ano e desisti. Não desisti, saí da escola porque fazia muita porcaria e mandavam-me para os colégios”. A porcaria era agredir professores e alunos e era também tirar dinheiro aos colegas. Tinha 14 anos. Nas etapas da reinserção social, ‘ os colégios’, esteve em Coimbra. “Depois de sair do colégio mudei um bocado. Eu vi o que passei lá dentro. Estive de castigo um mês e tal e às vezes batiam-me”, diz.

Agora não estuda, nem trabalha, nem tem perspectivas de o fazer. “O que é que eu gostava de fazer? Jogar à bola! É isso, jogar à bola. Se não der, fico parado”, admite. É o mais velho de cinco irmãos, três raparigas e dois rapazes. E graças aos amigos, já foi muitas vezes parar à esquadra. “Só uma vez é que apanhei um estalo...”

Figo, nome fictício escolhido pelo próprio, tem 16 anos e também gosta de jogar ao ataque. O cabelo está apanhado atrás da cabeça numa trança curta e escondida pelo gorro de lã. Encosta-se com um braço à rede, cruza a perna apoiando o pé no chão. Está a estudar num curso de carpintaria, que dá equivalência ao nono ano. "Não quis continuar na escola, nunca ia às aulas".

Para já, não recebe dinheiro. Os pais trabalham, tem oito irmãos, quatro rapazes, quatro raparigas. "Estou no meio". Sente o mesmo em relação a Portugal e a Cabo Verde, ou não morasse numa ilha cabo-verdiana às portas da capital. E quando quer dinheiro? “Peço aos meus pais ou às minhas tias”. Insiste-se. Olha à volta, esboça um sorriso tímido e lá admite. "Às vezes assalto uns miúdos". Já o fez sozinho, já o fez em grupo. Mas, garante, nunca fez outras coisas... "É mais perigoso, mais pesado". Se conseguir, diz, gostava de morar fora do bairro onde vive. "Mas se não der, fico por cá". Já foi preso duas vezes, mas nunca por ter feito um assalto. “Uma vez risquei o carro de um professor e a outra foi por andar sem passe nos transportes púlicos.”

POLÍCIA VÊ CADA VEZ MAIS DROGAS DURAS E SINTÉCTICAS

A par do crescimento do número de elementos de ‘gangs’, as forças policiais no terreno notam que, entre os seus membros, o já “banal” haxixe está a ser substituído por um consumo crescente de comprimidos de ‘ecstasy’ e cocaína - a ‘droga dos ricos’. “Além disso, os miúdos chegam cada vez mais cedo a este tipo de vida”, garante ao CM um responsável das Brigadas Anticrime e de Investigação Criminal de uma das divisões do Comando de Lisboa da PSP: “O dinheiro que eles conseguem com os assaltos ainda é usado para as compras ‘tradicionais’, como telemóveis, roupa, tudo o que possa servir como afirmação perante os outros. Mas também serve cada vez mais para saídas à noite”, afirma o responsável da PSP.

Discotecas, bares, carros, namoradas. “É um ritmo de vida muito intenso, compensado com drogas como a cocaína ou o ‘ecstasy’, duas drogas que têm vindo a ganhar terreno face ao consumo de haxixe, que já é banal”, esclarece.

De acordo com dados das Polícias, que constam do Relatório de Segurança Interna do ano 2001, a criminalidade grupal e juvenil registou um aumento de 34 por cento em relação ao ano anterior, mantendo-se a incidência geográfica: Lisboa, Porto e Setúbal. “O principal problema com este tipo de crimes é o seu carácter imprevisível. As coisas acontecem quase quando são pensadas”, esclarece o responsável das Brigadas.

A mobilidade e a composição volátil dos bandos também jogam contra as autoridades. “Facilmente roubam um carro e se livram dele”. Depois, continua a fonte policial, “o que acontece é que há dois ou três elementos fixos e muitos ocasionais, que se limitam a conduzir ou a vigiar apenas num assalto ou noutro”.
Ourivesarias, pelo ouro, bombas de gasolina, pelo dinheiro em caixa, ou armeiros, por razões óbvias, continuam a ser os alvos preferidos dos ‘gangs’. “No caso das armas, o mais certo é serem usadas em novos assaltos”, refere um outro elemento da PSP. Mais recente parece ser a inclinação por lojas de telemóveis, arrombadas com recurso a carros furtados.

O QUE SÃO GRUPOS, BANDOS E ‘GANGS’?

São três realidades diferentes, embora possam parecer uma e a mesma coisa. Se ao grupo de amigos não está associado directamente qualquer comportamento desviante, o ‘gang’ tem nos actos anti-sociais o seu padrão de comportamento. Algures entre os dois, está o bando. “O 'gang' é um bando reduzido, 4/5 pessoas, e os seus encontros não são episódicos.

Tem uma organização perfeitamente hierarquizada e há casos de indivíduos que pertencem a mais do que um ‘gang’”, explica Barra da Costa. Já o bando é um conjunto de indivíduos que pode ir até 20/30 elementos, sem qualquer organização.

CAPÍTULOS

VERÃO DE 2000: O País ficou espantado. Um ‘gang’ assaltava bomba de gasolina atrás de bomba de gasolina às portas de Lisboa. Na CREL, os assaltantes chegaram a roubar uma estação de serviço enquanto a Polícia se encontrava no outro lado a investigar uma ocorrência anterior. Os responsáveis acabaram por ser detidos num processo que se transformou numa guerra entre a PJ e a PSP. Pelo meio, a actriz Lídia Franco queixou-se de uma tentativa de violação.

CELÉ: A história de Osvaldo Vaz, de 27 anos, acabou com 42 tiros. Traficante, homicida condenado, fez um percurso semelhante ao de muitos membros de ‘gangs’. Começou com pequenos furtos, assaltos à mão armada, tráfico de droga. Entrava e saía da prisão, até escapar para a Holanda - onde seria condenado a 24 anos de cadeia pela morte de um polícia.

MARGEM SUL: É o caso mais recente envolvendo ‘gangs’. Tal com o CM noticiou, 18 caçadeiras roubadas em Santiago do Cacém, há uma semana, foram utilizadas numa noite de assaltos a bombas de gasolina. O grupo responsável pelos crimes, dividido em núcleos operacionais de quatro ou cinco jovens, foi detido na quinta-feira.

IMAGINÁRIO

A associação aos ‘gangs’ norte-americanos é inevitável para investigadores e jovens, cada um, claro, à sua maneira. A música, com letras violentas, críticas e agressivas, é o rosto de todo um estilo de vida. Puff Daddy e Snoop Doggy Dog são dois nomes de um universo de luxo, mulheres bonitas, jóias e armas, tudo reunido em vídeos musicais. As roupas são das melhores marcas, mas podem também funcionar como uma marca específica dos elementos do grupo.

HISTÓRIA

E se os ‘gangs’ já existissem no século passado? João Sebastião, investigador do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), defende que os ‘gangs’ não são uma invenção recente. “Nos bairros típicos de Lisboa, como Alfama, Alcântara, Bairro Alto, existiam grupos de rapazes com comportamentos deste tipo”, defende João Sebastião. “E já no final do século XIX existiam grupos de rapazes que viviam dos furtos”, explica o investigador do ISCTE.

RELATÓRIO

São três páginas do Relatório de Segurança Interna de 2001 sobre delinquência grupal e juvenil. No documento admite-se que, a par dos crimes e das chamadas ‘incivilidades’, “só a passagem desses grupos numa rua pode criar um medo generalizado do crime, em muitos casos injustificado”. A via pública é o local onde se registam mais incidentes (82 por cento do total). Os indivíduos actuam quase sempre de cara descoberta. Recorrem a armas brancas e actuam de noite.

Ricardo Marques
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Como se pode ver não há gangs em Portugal é tudo alarmismos dos jornalistas. É também como a crise, ela não existe... pelo menos para os políticos em Portugal pois está claro.

VD

Quando se bate no fundo, as verdades aparecem

Da identidade e acções dos terroristas à absolvição final, a obra ‘O Terrorismo e as FP 25 anos depois’ percorre quase toda a saga da organização terrorista que operou na democracia portuguesa. O seu autor não hesita em apontar o dedo: “No processo de pedofilia da Casa Pia há nomes que não apareceram porque foram negociados nas amnistias das FP”, diz.

A acusação abrange políticos, governantes e Ministério Público. É aquilo que apelida de “acordos políticos e judiciários feitos com criminosos terroristas”. Explica a privatização do Terrorismo e afirma que em Portugal ninguém perdeu dinheiro com as FP. Nem os bancos. Fala das centenas de armas que nunca foram recuperadas, mas diz que não tem medo. Afirma que passados estes anos ficou um respeito mútuo entre os operacionais da PJ e os das FP. Cada um no seu lugar... Os outros, que se escudaram discretamente no legalismo, diz, não avançam porque esses é que têm medo.

José Barra da Costa, foi o investigador da Judiciária que liderou a infiltração e caça às FP 25 de Abril. Ele e mais três colegas fizeram-se passar por padre, jornalista, fotógrafo e até por gente dos serviços secretos. Três dos oito anos da investigação foram vividos na clandestinidade. Igual à dos terroristas. “Chegámos a viver no mesmo prédio”.

Hoje, à distancia dos anos, o antigo inspector-chefe da Judiciária, regista a visão histórica dos factos, mas não resiste a imprimir emoções e revoltas. Reconhece-o, por exemplo, quando agradece a colaboração para este livro ao operacional que foi acusado de ter morto amigos seus. Ao longo de ‘O Terrorismo e as FP 25 anos depois’ e da entrevista que nos concedeu há um alerta permanente: “Afirmo neste livro que o descontentamento pode potenciar o aparecimento de novos grupos terroristas. E há um descontentamento social e etnico no horizonte português”. Do fenómeno do terrorismo à luta armada Barra da Costa esmiuça tudo. Quadros, acções, enquadramentos jurídicos e operações. Tudo contado em pormenor, mas sempre polvilhado de uma emoção que não esconde.

Correio da Manhã – O que é que o motivou a escrever este livro?

Barra da Costa – A Injustiça. A luta armada é apenas uma via. As dezenas de mortos e não sei quantos feridos. E para que alguns académicos relembrem que os doutoramentos só devem ser feitos com base na própria obra.

– Refere relações conspícuas e acordos safardanas. Quais?

– Não se pense que as coisas estão esquecidas. Houve acordos políticos e judiciários feitos com criminosos terroristas.

– Está a dizer que o Estado fez acordos com terroristas?

– Sim. Mas as provas só serviram para incriminar os arrependidos. Aos outros terroristas foi proporcionado escapar por entre as malhas da lei... Esbateram provas, disseminaram culpas e até conseguiram baralhar processos. Mário Soares rematou tudo com um indulto e o Ministério Público com outro.

– O Ministério Público?

– Os senhores procuradores decidiram não recorrer esquecendo os crimes de sangue e a associação criminosa. É um indulto mascarado. Ele há indultos, esquecimentos e amnistias.

Isto para mim é bem mas violento do que a morte de todas as pessoas envolvidas. É Violência Estrutural.

– Fala nos troca-tintas do passado que hoje se passeiam pelos salões. Quais?

– Da Assembleia da República por exemplo. Os que saíram da LUAR e não tiveram coragem de se assumir FP. Os que passaram pelos GDUP, UDP, PCP, MES e que hoje são do PSD e do PS.

– Dispara para quase todos os partidos. Pessoas é que não aponta...

– Vá aos livros e jornais, faça a comparação e veja quem são alguns.

– Houve traições?

– Entre os operacionais. No final já havia quem assaltasse por conta própria.

– Privatizaram o Terrorismo?

– Alguns reconhecem hoje que só o fim das FP-25 acabou com os oportunismos. Poucos se assumiram operacionais.

– E influências internacionais?

– Isso lê-se nas actas apreendidas às FP. Havia quem estivesse a favor das mortes e quem estivesse contra. O Otelo disse à saída do julgamento que o José Barradas era apenas um desgraçado pescador e não percebia nada de política. Verdade. Era tão desgraçado que nem foi convidado pela CIA dois anos antes para fazer o 25 de Abril...

– Houve mão da CIA nas FP?

– Americanos e franceses quiseram provocar o afundamento deste País.

– Mas isso é dizer que a direita controlou a extrema-esquerda?

– Financiou-a que é pior. Financiaram quem criou o caos para demonstrar que a democracia e o pós-25 de Abril eram uma farsa.

– Os extremos tocaram-se?

– São as partes mais facilmente infiltraveis nessas organizações.

– Quem é que está à frente dessas organizações?

– Invariavelmente intelectuais. Alguns mudam de partido de tempos a tempos. No processo de pedofilia da Casa Pia há nomes de pessoas que ainda não apareceram e ninguém percebe porquê. Foram negociados nas amnistias das FP.

– Dê-me um só exemplo?

No final dos anos 80 algumas pessoas da política reuniram com elementos das FP-25 para estudarem as amnistias. Nessa reunião foram apresentadas fotografias sobre pedofilia para pressionar o Governo a dar indultos e amnistias. Essas fotografias hoje não aparecem, mas na altura estavam em cima da mesa como moeda de troca. O Terrorismo é uma espécie de Pedofilia da Democracia.

– Lembra-se de algum nome?

– Lembro. Mas não digo. Nem digo o dos oportunistas que ainda hoje vivem à custa disso. Limito-me a vê-los. Eles sabem que eu sei. Mas há mais pessoas que sabem.

– Essa parece uma frase do Octávio Machado.

– Este livro é sobre factos. No processo Casa Pia há dezenas de elementos e de apontamentos que nunca vieram a público. Mas mesmo não estando nos autos, existem.

– E nunca foram denunciados porquê?

– A arraia miúda mesmo que os chefes falem nunca acredita. Os que andaram aos tiros, a fugir e a esconder-se faziam aquilo em que acreditavam. Os apoiantes discretos vivem hoje como se nunca tivessem feito parte da Organização.

– É a tese das instituições infiltradas?

– Não é tese. Os assaltos eram indemnizados por companhias de seguros que por sua vez foram reembolsadas por seguradoras estrangeiras. Em Portugal ninguém perdeu dinheiro com as FP. O assalto dos 108 mil contos aconteceu porque havia informação interna. O dinheiro foi reembolsado ao banco pela seguradora.

– Qual o destino dos 108 mil contos?

– Dívidas e financiamentos. Firmas de Import/Export, carros e empresas. E advogados revolucionários que cobravam às FP nove mil contos para a defesa. E muita gente recuada em Moçambique e na Argélia. E o financiamento de jornais.

– Quais jornais?

– Toda a gente sabe. Dois semanários e uma estação de rádio, hoje muito conhecida.

– Nome?

– Todos sabemos...

– Eu não!

Paciência.

– Também fala de infiltrados das FP na polícia?

– Há pessoas que antes de serem polícias, já eram conhecidos elementos de organizações terroristas.

– Foi portanto com o que esse conceito implica que escolheu a sua equipa para investigar as FP? Que relações mantém hoje com essas pessoas que recrutou?

– As mesmas que têm os operacionais depois da guerra. Vêem-se uma vez por ano. Sabiam antecipadamente que iriamos ser tratados como carne para cão. Seleccionei-os na escola da PJ. Três pessoas que se infiltraram em vários quadrantes com resultados excelentes. Ninguém os conhecia.

– É verdade que formalmente os quatro nunca operaram?

– Pode ser. O trabalho era canalizado para a área das informações, mas antes, por conta própria, cruzávamos tudo com as investigações no terreno. O ministro da Justiça (Rui Machete) que não cheguei a conhecer, não queria (”nem podia”...) saber de nada, apenas queria que se acabasse com as FP-25.

– Viveram na clandestinidade?

– Os políticos queriam desesperadamente mostrar ao povo que a coisa já estava controlada. Para mim, estava apenas a servir o meu País. Passei por padre, arquitecto, jornalista, fotógrafo e até por homem da Secreta. Três anos sem crachá. Literalmente ‘undercover’ com BI, cartas de condução, arrendamentos, tudo falso. Tudo como o inimigo. E por vezes a viver no mesmo prédio que o inimigo.

– No mesmo prédio?

– Pois. Há escutas que ainda hoje lá estão. Não houve condições para desmontar tudo. Há segredos que ainda hoje são inenarráveis.

– Por onde é que começou?

– O primeiro objectivo foi apanhar-lhes um erro.

– Qual foi?

– Abandonarem os primeiros detidos. Sem apoio, sem visitas, sem família, receberam colo precisamente de quem fugiam. Nós.

– Mas se estavam presos?

– Melhorámos-lhes as condições e transferimo-los para prisões perto das famílias. Aos poucos ganhamos-lhes a confiança.

– As armas das FP (nunca recuperadas) continuam em “boas mãos”?

– Continuam, digamos, “guardadas”. Há ideias eternas.

– Sabe do paradeiro de algumas?

– Sabem os ex-operacionais das FP.

– Quantas andarão ainda à solta?

– Centenas, à vontade.

– Os ex-FP são hoje cidadãos recuperados para a sociedade?

– A maioria deles sim. Para a Democracia não sei.

– Está-me a dizer que alguns podem regressar à actividade?

– Claro. O descontentamento social e étnico está no horizonte.

– Nunca teve medo?

– Continuo a andar desarmado e sem segurança.

'AS FERIDAS DEIXAM CICATRIZES'

– Na sua actividade televisiva trabalha com Luís Gobern, ex-operacional das FP-25 Abril. É fácil conviver com quem foi acusado de ser assassino dos seus amigos?

– Pode até parecer promíscuo, mas é já uma relação de amizade. Não esqueci. As feridas deixam cicatrizes, mas doem-me mais as traições do Estado. Os oportunistas deste processo que vivem em Bruxelas cheios de segurança, nos Ministérios, na AR... Isso para mim é bem mais violento do que a morte de todas as pessoas envolvidas. É a Violência Estrutural. Nas estradas morrem duas mil pessoas por ano e doi menos ao País. Estas coisas só se percebem quando a gente as vive. É possível conviver com os assassinos dos nossos amigos, considerando as questões do tempo e as circunstâncias. Eu também fiz coisas que não devia e assumo-as. Porquê? Porque tinha a profissão mais linda do mundo. E isso valia tudo. Inclusive as traições que me foram feitas, na própria polícia para quem eu trabalhava.

– É isso que o faz temer mais a inveja de alguns polícias do que a fúria dos guerrilheiros, como escreveu?

– Os polícias são seres humanos. Mas quem tem invejas tem poucos ideais. Do outro lado também havia seres humanos mas tinham ideais. A polícia não. Se não, já tinham lutado para não serem a bengala do Ministério Público.

PERFIL

José Barra da Costa tem 53 anos.

Mestre em Relações Interculturais, pós-graduado em Ciencias Criminais e em Estudos Psico-Criminais, é antropólogo de formação, mas assume-se, “antes de mais polícia”. O País conhece-o da televisão, mas a carreira de Barra da Costa começou na Polícia Judiciária (PJ) há mais de trintra anos, no Porto. A investigação que fez às FP 25 Abril é, no seu dizer, “apenas mais uma”, mas as consequencias da caça aos primeiros terroristas da democracia deixaram-lhe marcas indeléveis. Os quatro anos que passou depois no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras foram vistos por muitos como uma promoção. Para Barra da Costa foi apenas “uma manobra para afastar quem é incómodo”. O Inspector-chefe da PJ ainda regressou à casa-mãe, mas retirou-se pouco depois. Hoje é professor universitário e formador de investigação criminal. Ao ritmo de um por ano, vem publicando vários trabalhos na área das ciências criminais.

O último é ‘O Terrorismo e as FP 25 anos depois’.

EQUIPAMENTO MILITAR

Em todas as acções, os homens das FP usavam luvas, meias de nylon e gorros. Empunhavam diverso material de guerra que ia das pistolas metralhadoras de calibre 9 mm, às pistolas Walther de 9 e 7,65 mm. Granadas defensivas e ofensivas fizeram também parte do arsenal utilizado. Parte dele roubado às Forças Armadas Portuguesas, outro, comprado em lugares tão distantes como a Argélia ou a Líbia, onde também alguns receberam formação militar. Nas fileiras das FP-25 Abril militaram ex- operacionais das PRP-BR e das operações especiais portuguesas. O Ultramar português tinha acabado há pouco. Comandos, fuzileiros e outros foram recrutados com sucesso pelas FP-25 de Abril. Há especialistas que afirmam que as últimas acções foram já executadas por grupos isolados da Organização, para proveito próprio.

TRÊS DEZENAS E MEIA DE ASSALTOS

O assalto à tesouraria das Finanças de Sintra, em 27 de Fevereiro de 1980, inaugurou o período de terror das FP-25 Abril. Ao longo de quase 10 anos, provocaram uma vintena de mortes e um número nunca totalmente apurado de feridos.

Para conseguir meio milhão de contos as FP 25 de Abril levaram a cabo três dezenas e meia de assaltos. Acções de “recuperação” ou de “recolhas de fundos”, cujos proventos se destinavam a subsidiar a organização. Há quem defenda que uma percentagem das maquias “recolhidas” reverteu a favor dos operacionais.

O restante, sabe-se, foi utilizado para sustentar elementos na clandestinidade, salários, abonos, viagens, treino, compra de armas, carros e arrendamento de imóveis.

Quase todas as acções foram reivindicadas pela organização através de comunicados e cassetes enviadas aos órgãos de comunicação da época.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

SEDES revela toda a verdade sobre o estado da Nação

TOMADA DE POSIÇÃO DA SEDES


1) UM DIFUSO MAL-ESTAR

Sente-se hoje na sociedade portuguesa um mal-estar difuso, que alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional.

Nem todas as causas desse sentimento são exclusivamente portuguesas, na medida em que reflectem tendências culturais do espaço civilizacional em que nos inserimos. Mas uma boa parte são questões internas à nossa sociedade e às nossas circunstâncias. Não podemos, por isso, ceder à resignação sem recusarmos a liberdade com que assumimos a responsabilidade pelo nosso destino.

Assumindo o dever cívico decorrente de uma ética da responsabilidade, a SEDES entende ser oportuno chamar a atenção para os sinais de degradação da qualidade da vida cívica que, não constituindo um fenómeno inteiramente novo, estão por detrás do referido mal-estar.

2) DEGRADAÇÃO DA CONFIANÇA NO SISTEMA POLÍTICO

Ao nível político, tem-se acentuado a degradação da confiança dos cidadãos nos representantes partidários, praticamente generalizada a todo o espectro político.

É uma situação preocupante para quem acredita que a democracia representativa é o regime que melhor assegura o bem comum de sociedades desenvolvidas. O seu eventual fracasso, com o estreitamento do papel da mediação partidária, criará um vácuo propício ao acirrar das emoções mais primárias em detrimento da razão e à consequente emergência de derivas populistas, caciquistas, personalistas, etc.

Importa, por isso, perseverar na defesa da democracia representativa e das suas instituições. E desde logo, dos partidos políticos, pilares do eficaz funcionamento de uma democracia representativa. Mas há três condições para que estes possam cumprir adequadamente o seu papel.

Têm, por um lado, de ser capazes de mobilizar os talentos da sociedade para uma elite de serviço; por outro lado, a sua presença não pode ser dominadora a ponto de asfixiar a sociedade e o Estado, coarctando a necessária e vivificante diversidade e o dinamismo criativo; finalmente, não devem ser um objectivo em si mesmos...

É por isso preocupante ver o afunilamento da qualidade dos partidos, seja pela dificuldade em atrair e reter os cidadãos mais qualificados, seja por critérios de selecção, cada vez mais favoráveis à gestão de interesses do que à promoção da qualidade cívica. E é também preocupante assistir à tentacular expansão da influência partidária – quer na ocupação do Estado, quer na articulação com interesses da economia privada – muito para além do que deve ser o seu espaço natural.

Estas tendências são factores de empobrecimento do regime político e da qualidade da vida cívica. O que, em última instância, não deixará de se reflectir na qualidade de vida dos portugueses.

3) VALORES, JUSTIÇA E COMUNICAÇÃO SOCIAL

Outro factor de degradação da qualidade da vida política é o resultado da combinação de alguma comunicação social sensacionalista com uma justiça ineficaz. E a sensação de que a justiça também funciona por vezes subordinada a agendas políticas.

Com ou sem intencionalidade, essa combinação alimenta um estado de suspeição generalizada sobre a classe política, sem contudo conduzir a quaisquer condenações relevantes. É o pior dos mundos: sendo fácil e impune lançar suspeitas infundadas, muitas pessoas sérias e competentes afastam-se da política, empobrecendo-a; a banalização da suspeita e a incapacidade de condenar os culpados (e ilibar inocentes) favorece os mal-intencionados, diluídos na confusão. Resulta a desacreditação do sistema político e a adversa e perversa selecção dos seus agentes.

Nalguma comunicação social prolifera um jornalismo de insinuação, onde prima o sensacionalismo. Misturando-se verdades e suspeitas, coisas importantes e minudências, destroem-se impunemente reputações laboriosamente construídas, ao mesmo tempo que, banalizando o mal, se favorecem as pessoas sem escrúpulos.

Por seu lado, o Estado tem uma presença asfixiante sobre toda a sociedade, a ponto de não ser exagero considerar que é cada vez mais estreito o espaço deixado verdadeiramente livre para a iniciativa privada. Além disso, demite-se muitas vezes do seu dever de isenta regulação, para desenvolver duvidosas articulações com interesses privados, que deixam em muitos um perigoso rasto de desconfiança.

Num ambiente de relativismo moral, é frequentemente promovida a confusão entre o que a lei não proíbe explicitamente e o que é eticamente aceitável, tentando tornar a lei no único regulador aceitável dos comportamentos sociais. Esquece-se, deliberadamente, que uma tal acepção enredaria a sociedade numa burocratizante teia legislativa e num palco de permanente litigância judicial, que acabaria por coarctar seriamente a sua funcionalidade. Não será, pois, por acaso que é precisamente na penumbra do que a lei não prevê explicitamente que proliferam comportamentos contrários ao interesse da sociedade e ao bem comum. E que é justamente nessa penumbra sem valores que medra a corrupção, um cancro que corrói a sociedade e que a justiça não alcança.

4) CRIMINALIDADE, INSEGURANÇA E EXAGEROS

A criminalidade violenta progride e cresce o sentimento de insegurança entre os cidadãos. Se é certo que Portugal ainda é um país relativamente seguro, apesar da facilidade de circulação no espaço europeu facilitar a importação da criminalidade organizada. Mas a crescente ousadia dos criminosos transmite o sentimento de que a impune experimentação vai consolidando saber e experiência na escala da violência.

Ora, para além de alguns fogachos mediáticos, não se vê uma acção consistente, da prevenção, da investigação e da justiça, para transmitir a desejada tranquilidade.

Mas enquanto subsiste uma cultura predominantemente laxista no cumprimento da lei, em áreas menos relevantes para as necessidades do bom funcionamento da sociedade emerge, por vezes, uma espécie de fundamentalismo utra-zeloso, sem sentido de proporcionalidade ou bom-senso.

Para se ter uma noção objectiva da desproporção entre os riscos que a sociedade enfrenta e o empenho do Estado para os enfrentar, calculem-se as vítimas da última década originadas por problemas relacionados com bolas de Berlim, colheres de pau, ou similares e os decorrentes da criminalidade violenta ou da circulação rodoviária e confronte-se com o zelo que o Estado visivelmente lhes dedicou.

E nesta matéria a responsabilidade pelo desproporcionado zelo utilizado recai, antes de mais, nos legisladores portugueses que transcrevem para o direito português, mecânica e por vezes levianamente, as directivas de Bruxelas.

5) APELO DA SEDES

O mal-estar e a degradação da confiança, a espiral descendente em que o regime parece ter mergulhado, têm como consequência inevitável o seu bloqueamento. E se essa espiral descendente continuar, emergirá, mais cedo ou mais tarde, uma crise social de contornos difíceis de prever.

A sociedade civil pode e deve participar no desbloqueamento da eficácia do regime – para o que será necessário que este se lhe abra mais do que tem feito até aqui –, mas ele só pode partir dos seus dois pólos de poder: os partidos, com a sua emanação fundamental que é o Parlamento, e o Presidente da República.

As últimas eleições para a Câmara de Lisboa mostraram a existência de uma significativa dissociação entre os eleitores e os partidos. E uma sondagem recente deu conta de que os políticos – grupo a que se associa quase por metonímia “os partidos” – são a classe em que os portugueses menos confiam.

Este estado de coisas deve preocupar todos aqueles que se empenham verdadeiramente na coisa pública e que não podem continuar indiferentes perante a crescente dissociação entre o conceito de “res pública” e o de intervenção política!

A regeneração é necessária e tem de começar nos próprios partidos políticos, fulcro de um regime democrático representativo. Abrir-se à sociedade, promover princípios éticos de decência na vida política e na sociedade em geral, desenvolver processos de selecção que permitam atrair competências e afastar oportunismos, são parte essencial da necessária regeneração.

Os partidos estão na base da formação das políticas públicas que determinam a organização da sociedade portuguesa. Na Assembleia ou no Governo exercem um mandato ratificado pelos cidadãos, e têm a obrigação de prestar contas de forma permanente sobre o modo como o exercem.

Em geral o Estado, a esfera formal onde se forma a decisão e se gerem os negócios do país, tem de abrir urgentemente canais para escutar a sociedade civil e os cidadãos em geral. Deve fazê-lo de forma clara, transparente e, sobretudo, escrutinável. Os portugueses têm de poder entender as razões que presidem à formação das políticas públicas que lhes dizem respeito.

A SEDES está naturalmente disponível para alimentar esses canais e frequentar as esferas de reflexão e diálogo que forem efectiva e produtivamente activadas.


Sedes, 21 de Fevereiro de 2008

O Conselho Coordenador

(Vitor Bento (Presidente), M. Alves Monteiro, Luís Barata, L. Campos e Cunha, João Ferreira do Amaral, Henrique Neto, F. Ribeiro Mendes, Paulo Sande, Amílcar Theias)

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Penso que não é preciso fazer comentários, o texto da SEDES já diz tudo.

VD

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

KOSOVO – Uma proclamação de assassinato à Europa

Mundo após a proclamação da independência de Kosovo em 2020, na edição portuguesa do Pravda:

O diário Krasnaia Zvezda (Estrela Vermelha), órgão oficial do Ministério da Defesa da Rússia, considera que a proclamação da independência do Kosovo poderá ser um exemplo para 200 lugares na Terra.
Num artigo dedicado à questão do Kosovo “Manta de retalhos da Europa”, o jornalista Vladimir Kuzar desenha o que poderá acontecer em Berlim em 2020 se se repetir a situação no Kosovo.
“Grupos armados extremistas muçulmanos que aterrorizam os alemães de Berlim... trazem para as ruas da capital alemã correlegionários seus para exigir mais liberdade e a possibilidade de viver segundo as próprias leis” –descreve o jornal.
Como a polícia já não consegue travar a onda de violência, pede ajuda às forças armadas alemãs. Confrontos com os manifestantes levam ao derrame de sangue, que provoca indignação entre a comunidade mundial e principalmente nos países muçulmanos. Estes pedem a convocação do Conselho de Segurança da ONU, mas as suas decisões não são cumpridas.
“Então – continua o jornal – decide-se enviar para Berlim tropas internacionais de paz para a manutenção da paz, formadas pela Liga dos Estados Árabes. Sob a sua protecção, os islamitas expulsam da cidade a população alemã, criam os seus órgãos do poder, declaram o seu apego à democracia e aos seus valores e, por fim, declaram a independência de Berlim, que é reconhecida por uma série de Estados”.
Segundo o jornalista, esse cenário poderá ser considerado “louco” e estúpido” pelos leitores, mas “apenas terão parcialmente razão, porque foi precisamente segundo esse cenário não fantástico, mas real, que se desenvolveu a situação no Kosovo”.
O Krasnaia Zvezda considera que isso irá destruir a organização mundial existente e poderá transformar a Europa numa “manta de retalhos”.
“Não se trata apenas dos Estados não reconhecidos no espaço post-soviético... mas quase todos os países da Europa podem dividir-se, desintegrar-se em várias partes” – escreve o jornal militar, citando como exemplos a Espanha, Grã-Bretanha, Bélgica, França, Itália, Roménia, Dinamarca, Polónia, Suíça, Finlândia.
“Claro que nem todos os focos de separatismo existente na Europa são perigosos... mas muito deles, depois da proclamação da independência do Kosovo, ganharão tanta força que farão literalmente explodir o velho continente” – considera o diário.
O jornal russo atribuiu as culpas desta situação à política norte-americana e ao “politicamente correcto” da União Europeia. “Para os Estados Unidos é mais importante conservar a sua presença militar nos Balcãs e provocar uma “leve instabilidade” nas fileiras da União Europeia, enfraquecendo assim essa organização.
A Europa volta a cair na armadilha criada pela sua anterior política de estímulo da desintegração da URSS e Jugoslávia. E tem dificuldade em sair dela devido ao maldito “politicamente correcto” – considera o Krasnaia Zvesda.
O diário militar russo cita as palavras de Vitali Tchurkin, representante da Rússia no Conselho de Segurança da ONU, que declarou: “cerca de 200 formações poderão utilizar esse exemplo em todo o mundo”.”

*** texto retirado do blog http://www.terraportuguesa.net/***

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Com a proclamação da independência do Kosovo abriu-se uma porta para o fim das nações europeias como as conhecemos . Certamente os leitores pensão que eu estou a ser demasiado alarmista, mas não, se não vejamos: convêm esclarecer que o argumento base para a proclamação da independência do Kosovo é o facto dos “os albaneses (passaram a fronteira aos poucos) durante estes cem anos e tornaram-se uma maioria no Kosovo” . Assim sendo temos que no futuro deitar os mapas que temos em casa da Península Ibérica ao lixo, porque se o Kosovo tem legitimidade para ser independente mais depressa o Pais Basco tem esse direito, ou a Galiza, a Catalunha, as Astúrias e por ai fora. Mas não podemos ficar por ai, temos que olhar também para a questão da Irlanda do Norte, Madeira, quem sabe Açores, Sicília, Escócia, Pais de Gales, as Flandres e muitos outros que poderão aparecer entretanto vindos dos territórios da URSS ou da antiga Jugoslávia.

Se avaliarmos em conta o argumento que deu origem a independência do Kosovo então, pela certa, as nações europeias chegaram ao seu fim. Enquanto anteriormente estive a falar de casos que a sua legitimidade e bastante discutida, (porque antes da fundação da Espanha já existia o Pais Basco ou a Galiza ou a Escócia que já existia antes do Reino Unido) com este caso do Kosovo a questão passa não por identidade antropológica de um povo num determinado espaço geográfico, mas sim, pela capacidade de um povo ocupar um território de outrem e num determinado espaço de tempo (cem anos) reproduzirem-se mais rapidamente tornando-se uma maioria. Sendo assim o futuro da Europa advinha-se sombrio, como é sabido (basta ir ao Reino Unido para deparamo-nos nas ruas com esses facto) prevê-se que em menos de cinquenta anos pela primeira vez na historia da humanidade um povo deixa de ser uma maioria no seu território, não por guerra ou desastres naturais, mas sim, por invasão maciça de emigração. O que vai valer ao Reino Unido é o facto de que existem diferentes grupos étnicos entre os emigrantes, caso o contrario Londres e arredores poderiam pretender a sua auto determinação (bem sei que era um caso escandaloso mas seguindo a lógica das Nações Unidas o meu argumento não se torna de todo descabido). Bem mais preocupante é o caso do nosso rectângulo (Portugal) onde desde as Caldas da Rainha ate Setúbal, já há conselhos que têm entre vinte a oitenta porcento de habitantes oriundos das ex-colónias com a mesma etnia. É fácil de prever o futuro com exemplos do presente, daqui a cem anos ou menos (não será descabido como hoje parece ser) as Nações Unidas puderam estar a discutir a autodeterminação de Lisboa e distritos envolventes, mas ai será tarde de mais para alterar seja o que for....

VD