terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Alarme na Linha de Sintra

Duas na igreja, outra no comboio. Três numa semana. Facas ou pistolas, Bernardo viu de tudo e acabou sem nada. “Nós somos o divertimento deles.” Ajeita os livros e faz-se sozinho rua acima – 16 anos de bairro a tropeçar no crime e o hábito roubou-lhe o medo. “Vou por ali e já tento nem pensar nisso, só eu nunca levei!” A sorte muda a cada esquina de Rio de Mouro, na linha de Sintra, e o colega João Rodrigues foi “espancado” na estação. “Tenho amigos esfaqueados várias vezes e a mim encostam-me as facas ao pescoço”.

Os ataques são sempre feitos no escuro, ao fim da tarde. Mas também vêm de “onde menos imagina”, desafia João. Sai da Secundária Leal da Câmara e aponta discretamente ao portão do lado – os ‘mais pequenos’ da EB 2,3 Padre Alberto Neto. “É um engano. Chumbam várias vezes e são mais velhos do que nós, já só andam ali para poder roubar.”

Nada que o conselho executivo não saiba. “Até os mais pequeninos são muitas vezes o reflexo daquilo que vêem em casa – um convite a entrarem na marginalidade”, lamenta ao CM o presidente João Simões. O crime é afinal “normal” em Rio de Mouro e “toda a linha de Sintra precisa de outra política social”. O professor diz que ali “são mais os antigos alunos – rapazes que abandonaram, foram abandonados e sem auto-estima entraram no mundo da delinquência e criminalidade”.

Mas não desistem da escola, agora pelos negócios da droga e do roubo. “Vejo-os da janela a encostarem- -se às redes para traficar. Ao final da tarde, já escuro, fazem esperas junto à rotunda para tentar assaltar as pessoas.”

Bernardo e João lembram-se das vítimas e do assassinato de domingo à noite, mas também Márcia, mãe de outro aluno, conta que um dos rapazes era amigo do filho. “Eu e o meu marido até brincávamos com ele: ‘aos 18 anos arranjamos-te uma pistola!’” João diz ser “rara a noite em que não se ouve tiros” e faz uma pergunta a outras etnias: “Se fazemos aqui tudo para que se integrem, por que é que nos assaltam?”

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Fiquem surpreendido com esta noticia pelo facto de expor diferentes problemas da nossa sociedade. Primeiro é o costume, criminalidade e não criminalidade vulgar mas criminalidade com recurso a grande violência. Segundo problema, é a ineficácia do sistema escolar, porque ter alunos que não produzem e que passam apenas tempo na escola só afecta os restantes alunos como é um adiamento a sua vida futura, ou seja, uma perda de tempo. O terceiro problema é a continuidade de desculpar o crime como faz o conselho executivo desta escola. Por ultimo a tão falada questão de emigração e inserção social. Primeiro a policia tem que travar claramente a criminalidade juvenil, para isso ser eficaz tem que se deixar de andar nas palmas das mãos com estes jovens, porque dar facadas e apontar armas de fogo não se pode dizer que são apenas adolescentes, são sim simplesmente criminosos.

O sistema escolar tem que realmente servir quem quer estudar, quem não quer estudar tem que ir para um centro de emprego, tirar cursos profissionais. Penso que um aluno que reprove mais de 2 anos seguidos deve-se-lhe propor uma outra alternativa de educação porque dessa maneira quanto mais rápido entrar no mundo de trabalho, menos probabilidades este jovem terá de se envolver na criminalidade. Ter jovens a “pastar” numa escola não resulta e serias medidas devem ser tomadas.

Não podem vir sempre os mesmos mecenas apresentar como causa da criminalidade problemas sociais, porque se é verdade que muita gente sem recursos tem mais apetência para a criminalidade por outro lado há inúmeros casos de jovens nas mesmas situações que nunca chegam a praticar crimes. O crime é indesculpável seja em que circunstancia for, porque ninguém me venha dizer que jovens que roubam dinheiro, telemóveis, e afins...que é porque tem fome, porque não o é. Se um jovem é apanhado a roubar comida num supermercado eu entenderia, se um jovem é apanhado numa mercearia a pegar num quilo de arroz, eu seria a primeira pessoa a entender a situação, nunca irei entender é o roubo com a finalidade de “por o dinheiro” para comprarem roupas de marcas e afins, porque esses jovens vestem caro.

Por ultimo, o nosso sistema de emigração. Nesta questão muita coisa poderia ser dita, mas eu fico-me so por estas palavras que no fundo vão de encontra a pergunta do jovem entrevistado: vamos olhar para Portugal como a nossa casa e os portugueses os nossos familiares. Se entrar na nossa casa alguém as quais abrimos as portas e damos emprego, que dentro da nossa casa construímos um pequeno quarto para estarem, que lhe damos dinheiro extra porque estão necessitados, e essa pessoa que nós acolhemos ou os seus filhos nos rouba nos maltrata o que é que nós devemos fazer? Quem fizer isso em minha casa automaticamente é posto fora porque abusou da minha confiança e da minha bondade e não soube aproveitar a oportunidade que eu lhe dei. É exactamente isto que o governo português tem que começar a fazer: a deportar criminosos.

É obvio que alguns leitores puderam pensar “mas também há pessoas portuguesas que assaltam e matam” exactamente por essa questão é que eu disse anteriormente o que disse, por já na nossa casa (ou seja Portugal) termos muitos criminosos não precisamos de importar mais criminosos nem os seus filhos. Se nós precisamos de pessoas para trabalhar muito bem, pessoas que nos fazem mal isso nunca.

VD

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