terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Não temos gangues !!! (dizem eles ..)

GNR nega existência de gangues em Rio de Mouro
Autoridades dizem que duplo homicídio de domingo foi “caso isolado”

O capitão da GNR do Destacamento Territorial de Sintra nega a existência de gangues em Rio de Mouro e garantiu que o duplo homicídio de domingo à noite junto à estação dos comboios foi um acto isolado. "Foi uma situação isolada", adiantou à Agência Lusa o capitão Machado.

O capitão da GNR afasta a possibilidade de as mortes terem ocorrido no âmbito de uma luta entre gangues, afirmando que essa realidade não existe naquela localidade. "Não temos gangues, temos é grupos de jovens que por uma questão territorial muitas vezes se organizam e geram rivalidade", disse.

Alguns habitantes de Rio de Mouro consideraram, em declarações à Lusa, que existe pouco policiamento nas ruas, o que provoca sentimentos de insegurança nas pessoas. O capitão Machado discorda e garante que a GNR apostou muito no patrulhamento de proximidade à porta das escolas e das estações de comboios, não tendo sido detectado nenhum furto nestes locais.

Também o padre Carlos, da Igreja Matriz de Rio de Mouro, afirmou que o duplo homicídio foi um caso esporádico. "Não tenho grande noção da situação em Rio de Mouro. Ouço falar de assaltos, mas coisas muito esporádicas", referiu. O pároco indicou que existem 120 famílias carenciadas nesta freguesia de 60 mil habitantes e que vivem sobretudo nos bairros da Serra das Minas e da Rinchoa.

O padre revelou ainda que a Igreja tem desenvolvido trabalho social nesta freguesia, através de centros de apoio à família, mas considerou que "os centros não substituem as famílias a ajudar os jovens a crescer".

Hoje, à meia-noite, a GNR dá lugar à PSP na jurisdição de Rio de Mouro, passando de 30 guardas para cerca de 55 agentes da polícia.

O suspeito de ter morto dois jovens na noite de domingo em Rio de Mouro ficou em prisão preventiva, depois de ter sido ouvido no tribunal de Sintra. O jovem, de 16 anos, residente no Cacém, vai ficar no Estabelecimento Prisional de Lisboa. http://jn.sapo.pt/2008/01/31/ultimas/GNR_nega_exist_ncia_de_gangues_.html

Esta noticia de surpreendente não tem nada, crimes normais numa cidade normal, o povo já está habituado. As declarações do Sr. Capitão essas sim merecem a minha analise porque das duas uma, ou a sua excelência não sabe o que são gangues (e ai desculpa-se porque como diz o ditado “quem não sabe é como quem não vê) ou então fez uma tentativa (ridícula) de amenizar o que só os cegos não vêem e os surdos não ouvem do que se passa nas nossas ruas.

Então o Sr Capitão não sabe que “grupos de jovens que por uma questão territorial muitas vezes se organizam e geram rivalidade” é o perfil exacto de um gangue? Não sou eu quem o diz mas o FBI que lida a algumas décadas com gangues nos E.U.A. . Não é preciso ir gastar dinheiro (dos contribuintes) em formação para a policia portuguesa nos “states”, uma rápida busca na internet, ou uns vídeos do youtube usando apenas estas seguintes palavras chaves “gang MS13” mostram claramente o que o senhor Capitão afirmou nas suas declarações suaves mas que nos E.U.A. esse jovens organizados são chamados pelo nome deles “gangues”, e a policia por aqueles lados tem equipas próprias para lidar com estes “jovens organizados”. Mas em Portugal não se assume o problema, simplesmente esconde-se o problema para ao mais distraídos e faz-se ouvidos moucos ao estudo de Barra da Costa que dizia apenas que em Lisboa e arredores existiam cerca de oito mil jovens (organizados) envolvidos na criminalidade . Agora chega-nos este Sr Capitão que desmente a existência de gangues, mas na descrição que faz destes jovens acaba por confirmar a existência desses mesmo gangues , por fim o padre Carlos acaba por dar uma mensagens quase ao estilo natalício de que são “coisas muito esporádicas”. Estas noticia parece-me um quanto “encomendada” para não causar alarmismo, ou seja, por outras palavras, “vamos enterrar a cabeça na areia e dormir sobre o assunto” que o povo aguenta com tudo.


VD

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